O Fundo Monetário Internacional reviu em baixa as suas previsões de crescimento da economia mundial em 2019 para 3,5%, dada a persistência de tensões comerciais e do aumento dos riscos políticos.
A bolsa nova-iorquina encerrou esta terça-feira em acentuada baixa, fragilizada, depois de um fim-de-semana prolongado, por um aumento de inquietações sobre a economia mundial e das incertezas sobre as negociações entre a China e os EUA.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 1,20%, para fechar nos 24.408,82 pontos. Mais fortes foram as perdas do tecnológico Nasdaq e do alargado S&P500. O primeiro desvalorizou 1,91%, para as 7.020,36 unidades, e o segundo 1,40%, para as 2.633,27.
Este acesso de fraqueza corresponde a uma consolidação normal depois de quatro semanas de forte alta, segundo Quincy Krosby, da Prudential. Assim, desde 24 de dezembro, o S&P500 já valorizou 13,6%. Mas esta reação técnica foi alimentada pelas inquietações sobre o crescimento mundial.
O Fundo Monetário Internacional, por um lado, reviu em baixa as suas previsões de crescimento da economia mundial em 2019 para 3,5%, dada a persistência de tensões comerciais e do aumento dos riscos políticos.
A agência chinesa de estatísticas (BNS) anunciou, por seu lado, que o crescimento da segunda maior economia mundial no quarto trimestre de 2018 (6,4%) tinha sido o mais lento desde 2009. No conjunto do ano, o crescimento registado foi o mais lento desde 1990, ao ficar pelos 6,6%. Ao mesmo tempo nos EUA, o braço de ferro entre democratas e a Casa Branca sobre o muro na fronteira com o México prolongou o encerramento parcial do governo federal.
Quando os índices já evoluíam claramente em terreno negativo, “o aparecimento de informações, durante a sessão, sobre a anulação de discussões destinadas a preparar a próxima série de negociações oficiais entre a China e os EUA lançou gasolina sobre o fogo”, indicou Krosby.
Segundo o jornal Financial Times e a televisão CNBC, o governo de Donald Trump recusou ter esta semana reuniões com enviados chineses para preparar o terreno para a vinda de Liu He, o principal negociador comercial chinês, no final do mês. “Os investidores inquietam-se por ver as discussões arrastarem-se e tornarem-se até mais complicadas”, sublinhou Krosby. A Casa Branca porém desmentiu as informações dos dois meios mesmo antes do fecho de Wall Street.
Fonte: https://observador.pt/